17.1.10

O Mistério do Misticismo ou da Natureza em Deus

No 10° capítulo, intitulado “O mistério do misticismo ou da natureza em Deus”, Feuerbach explica que as formas distintas da existência: Deus, Homem e Natureza são criações do pensamento humano. Os filósofos e teólogos cristãos defendiam Deus Pai como Criador. Com esse posicionamento eles fizeram da Razão Divina o fundamento da matéria real. A conseqüência dessa noção de deus Criador do Universo foi a separação entre criador e criatura. Portanto, para feuerbach essas diferenças entre deus Homem e Natureza são apenas formais, porque são criações do pensamento e não aceitas como real, não porque são corretas, mas porque são produtos do pensamento e tidos como verdadeiro: Deus é razão, Inteligência; Natureza é irracional, desejo, sexo, conflito; Homem é Consciência (porque contém a Inteligência divina) e é sexualidade (porque contém a natureza natural). Explicando o posicionamento de Jacobi Böhme, Feuerbach diz: a doutrina da natureza em deus pretende fundar o Deísmo - religião natural fundada na manifestação natural que a divindade faz de si à razão do homem e considera o ente supremo como um ser pessoal. As teses fundamentais são: 1- a religião não contém nem pode conter nada de irracional; 2- a verdade da religião revela-se, portanto, à própria razão e a revelação histórica é supérflua; 3- as crenças da religião natural são, portanto, poucas e simples - a existência de Deus, a criação e governo divino do mundo, e a remuneração do mal e do bem em vida futura – através do naturalismo. Feuerbach elabora seu posicionamento crítico aos filósofos, aos místicos e aos teólogos. O deísmo pessoal imagina Deus abstraído de tudo que é material (homem e natureza) e para Feuerbach é a natureza em Deus e no homem uma entidade de fato inseparável, porém diversa. No materialismo de feuerbach ele observa que a relação entre deus, homem e natureza não se processam naturalmente, porque é uma relação de utilidade, portanto artificial, de dependência (pela Vida) e transforma os objetos naturais com significados em puras abstrações (ou seja, o significado de Deus é transubstancializado – no Egito, o gato; na Índia, o boi). Ocasionando a idéia de que o que os sentidos fazem é interpretar os significados a partir de uma disposição do sujeito. Feuerbach considera mística a perspectiva dos filósofos e teólogos porque a doutrina da natureza em Deus pretende fundar o deísmo através do naturalismo. Mas o deísmo pessoal imagina Deus abstraído de tudo que é material e para Feuerbach a natureza em Deus, uma entidade de fato inseparável dele, porém diversa.

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