17.1.10

Significado Cristão do Celibato Livre e da Classe Monástica

O objetivo do 18° capítulo, intitulado “O significado cristão do celibato livre e da classe monástica”, é explicitado no primeiro parágrafo. O conceito de gênero e com ele o significado da vida-gênero havia desaparecido com o cristianismo. A conseqüência: Quando o homem anula a diferença entre gênero e indivíduo e estabelece essa unidade como Deus, quando então a idéia de humanidade só é objeto para ele como idéia de divindade, então desaparece a necessidade da cultura; o homem tem tudo em si, tudo em Deus, logo, nenhuma necessidade de se completar através do outro é real. Só Deus é a necessidade do cristão, junto a ele não há carência, necessidade nem primeira do outro, do gênero humano, do mundo. Deus é a subjetividade absoluta, uma subjetividade dissociada da matéria, abstraída da vida-gênero e por isso mesmo da diferença sexual. A meta da vida monástica (obediência) e de celibato (castidade) é a aceitação plena de que a vida celestial é a vida verdadeira e que a vida terrena serve para viabilizar a purificação e a salvação do ser humano. A vida monástica e ascética em geral é a vida celestial da maneira da Meira que ela pode se manter e se conservar através da obediência. A vida celestial legitima ao mesmo tempo uma lei da fé e uma lei moral: não é permitido se prender às coisas transitórias deste mundo. A morte é ingresso no céu. Mas, se a morte é a condição para a felicidade e a perfeição moral, então é necessariamente a única lei da moral. A morte é a antecipação necessária da morte natura. Portanto, a morte deve ser elevada a um ao moral, a um ato de auto-atividade. O amor que o cristão tem por Deus não é um amor geral (como um amor à justiça, a verdade, a ciência...) é o amor a um Deus subjetivo, pessoal. As características desse amor são exclusividade, a unicidade e a significação plena. O celibato é uma condição necessária para o verdadeiro cristão. Pois o cristão anula a diferença sexual como um apêndice incômodo, casual. Quando o cristão sente necessidade do amor sexual, é sempre uma necessidade contraditória ao seu designo celestial; não como uma necessidade moral íntima. Quanto ao casamento só é aceito no Antigo Testamento e num sentido moral e não religioso. Para Feuerbach a castidade e a obediência transcendental fazem com que o homem peca a liberdade humana e reduz a sexualidade a um fator biológico. Por outro lado, incentiva o ser humano a se entregar a uma mor em nome da salvação da alma alheio à sua vida real.

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